Um problema de todas

Bate-papo no TJRS direcionado às terceirizadas conscientiza sobre dados do câncer de mama, além de dúvidas e vivências sobre a saúde da mulher

Rômulo Vizzotto
4 min readOct 2, 2020

Matéria escrita para o Informativo Online do TJRS

O mês de outubro tem como principal bandeira a prevenção contra o câncer de mama. A doença é a mais comum entre as mulheres, sendo responsável por 22% dos novos casos de câncer no país. Até o fim do ano, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que mais de 5.200 casos de câncer de mama serão registrados só no Estado do Rio Grande do Sul.

O dado mais alarmante também é daqui do Estado. Segundo o Instituto da Mama do RS (IMAMA), de todas as capitais brasileiras, Porto Alegre é a capital com maior incidência do problema, com 147 casos a cada 100 mil habitantes. Ainda de acordo com o IMAMA, a doença, se detectada precocemente, tem cura. E com chances bem altas, por sinal, com 95%.

Questão de saúde pública

A saúde das mulheres foi tema de um bate-papo com as trabalhadoras terceirizadas do Tribunal de Justiça e quem conduziu o encontro foi a Enfermeira Sanitarista Fabiane Ribeiro. Fabiane alerta que o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres e que é a doença que causa mais mortes no público feminino, atrás, somente, do câncer de pele.

Enfermeira Fabiane Ribeiro conversou com as terceirizadas do Tribunal de Justiça
Foto: Eduardo Nichele

O bate-papo serviu, também, para tirar dúvidas e trazer vivências sobre a saúde das mulheres. Segundo a profissional, em 2016, foram 57.960 casos. Em 2019, o Inca estima que sejam 59.000 casos registrados até o fim do ano.

Fabiane diz que essas alterações devem ser investigadas o quanto antes, mas que isso não significa, necessariamente, que a mulher tenha câncer de mama. “A postura atenta em relação à saúde das mamas é fundamental para a detecção precoce. Manter o peso corporal adequado, praticar atividade física e evitar o consumo de bebidas alcoólicas ajudam a reduzir o risco de câncer de mama”.

Tenha conhecimento do seu corpo

A chamada autopalpação deve ser feita em momentos que as mulheres se sintam mais confortáveis — no banho, ao trocar de roupa, ou qualquer situação do cotidiano — sem qualquer recomendação de técnica específica, valorizando-se a descoberta casual de pequenas alterações mamárias.

A Enfermeira diz que o câncer de mama, mesmo que ocorram casos em mulheres mais jovens, é comum a partir dos 50 anos. Nessas situações, o exame mais recomendado para elas é a mamografia de rastreamento, que pode ser feita a cada dois anos. Mas atenção: esse tipo de exame é indicado para mulheres entre 50 e 69 anos. Já para as mais jovens, Fabiane recomenda a mamografia diagnóstica, que serve para investigar alguma alteração suspeita e pode ser feita em qualquer idade.

Durante o bate-papo, ela abordou, também, o câncer de colo de útero. O rastreamento, segundo ela, deve ser feito dos 25 aos 64 anos e que tenham vida sexual ativa. O motivo são as lesões que podem ser provocadas pelo HPV no útero.

Se cuide!

De acordo com o Instituto da Mama do RS, qualquer brasileiro tem acesso a um oncologista pelo Sistema Único de Saúde, o SUS e, também, os tratamentos necessários, como a quimioterapia, hormonioterapia e imunoterapia.

No Rio Grande do Sul, são 330 mamógrafos cadastrados para 497 cidades. Estes aparelhos estão concentrados nos grandes centros urbanos.

O IMAMA tem projetos que conscientizam as mulheres sobre os seus direitos como, por exemplo, o Mamamóvel. A unidade móvel do Instituto circula pelo interior do Rio Grande do Sul e facilita o acesso das mulheres à mamografia nos pontos mais distantes do Estado, pois o veículo é equipado com um mamógrafo.

Sobre isso, a Enfermeira Fabiane Ribeiro afirma: “Considero uma iniciativa importante, uma vez que as ações são realizadas em parceria com outros pontos de atenção à saúde, o que é imprescindível quando pensamos na continuidade do cuidado dessas mulheres”.

Principais sinais e sintomas de câncer de mama:

  • Nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor
  • Pele da mama avermelhada, retraída ou com aspecto de casca de laranja
  • Alterações no bico do peito (mamilo)
  • Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço
  • Saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos

Soma-se a isso a obesidade, o tabagismo, o alto consumo de álcool, além do histórico familiar.

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Rômulo Vizzotto

Estudante de Jornalismo. Há 27 anos tendo dúvidas, erros e alguns acertos nessa vida.